14 maio 2010

 Despertar de um Crime (Stephanie Daley, EUA, 2006)



Eu nunca tinha visto nada sobre o filme “Despertar de um Crime”, mais vendo a sinopse me interessou, pensando que se tratava de mais um filme policial, com grandes advogados e terminaria num grande julgamento que inocentaria ou culparia a adolescente em questão. Mais o filme se abre em torno de uma questão muito peculiar, que é se somos nos mulheres realmente independentes ou dependentes eternamente de sentimentos que provem de outras pessoas. A questão de ser ou não dona do corpo, do aborto e se ela tem ou não culpa ou se foi mal orientada não é o tema central do filme. Não deixa de ser importante, claro, mais é coadjuvante. A questão é esta maneira  de nos sentirmos independentes mas na verdade dependentes do amor, carinho, paixão e atenção de quem nos rodeia ou de quem amamos. Eu até então estava confusa mais agora, depois do filme e me questionar, acho que é bem assim. Assista quem ainda não viu mais este filme efeito para o universo feminino. Como diria minha irmã e seu blog  É cor de rosa choque “Este filme é só para mulheres”. Não percam é Magnífico!!!


Quando Stephanie Daley (Amber Tamblyn), de 16 anos é acusada de assassinar o seu bebê recém-nascido, ela afirma nunca ter sabido que estava grávida e que a criança nasceu morta. Uma psicóloga, Lydie Crane (Tilda Swinton), é contratada para averiguar a verdade escondida atrás da contínua negação de Stephanie. Lydie, que está grávida, intui que algo de mal também pode ocorrer com o seu bebê. Os seus encontros com Stephanie levam-na rapidamente a acreditar que desvendar o mistério da adolescente é crucial para o seu próprio destino. A direção é de Hilary Brougher e no elenco  Tilda Swinton, Amber Tamblyn, Timothy Hutton, Vincent Piazza, Constance Wu, Halley Feiffer, Michael Nostrand.


Em “Desperta de um Crime” há algo que preserva de “feminino” que faz do coração do filme impenetrável, o que não quer dizer incompreensível ou insuportável, para o espectador masculino, mas tem uma linguagem calcada em experiências e emoções possíveis apenas para elas. O filme tem algo que se confidencializa na espectadora, afirmando esse laço bastante rígido que a direção mantém entre narrativa e conteúdo: uma série de entrevistas íntimas, mas nada privadas por que trata-se de investigação para a promotoria. Não que o homem seja excluído, mas ele nunca entenderá. Mas compreendendo o abismo comunicacional, a diretora os poupa. Há toda uma questão envolvendo o papel de Deus e sua responsabilidade para com Stephanie que vive numa comunidade altamente religiosa. Culpa-se Deus pelo “azar” da gravidez, como se culpa o sujeito que corrompe. Sé propõe não a justiça, mas a conciliação, muito baseada na retomada de controle das personagens femininas sobre as próprias vidas, após uma política fracassada de justiça e vingança contra o fato, que nada efetivamente resolve. Se há um levante, é contra a passividade emocional feminina, a passividade do “ser amada” do “ser descoberta” ao invés do descobrir, desbravar. A passividade do “estar acompanhada”, que implica na sua maior atividade: a do “não estar jamais sozinha”. A idéia da solidão é desprezada a mulher como a assunção da videografia é ao cinema digital. Faz-se necessário abraçar ambas as naturezas. Um filme que vai fazer com que nós mulheres façamos uma avaliação sobre o quanto devemos nos sentir ou não culpada por certas decisões que às vezes deixamos de tomar. Um grande filme que não deveria deixar de ser assistido pelas mulheres que acreditam que realmente estamos livres das amaras. IMPERDIVEL!!!!

Trailer do Filme





Fontes:
www.cinemaemcena.com.br
www.stephaniedaley-themovie.com/

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